A representação figurativa desta magnífica tela é um relato narrado no Evangelho segundo Lucas, capítulo 7, versículos 11-17, um dos muitos milagres realizados por Jesus. Descreve a entrada do Salvador, acompanhado por seus discípulos, testemunhas de momentos significativos de sua vida pública, na cidade de Naim, no momento em que uma viúva está acompanhando seu único filho à sepultura, em procissão fúnebre. O Messias, tocado pela profunda tristeza da mãe, se aproxima do esquife e, manifestando seu poder divino, ordena que o rapaz se levante. Em 1990, em Gênova, no Palazzo Reale, foi organizada uma exposição sobre o pintor Domenico Fiasella, onde foram expostas duas de suas obras (275x178,5 cm) provenientes do Ringling Museum of Art de Sarasota (Flórida): Cristo cura o cego de nascença e o pendant Cristo ressuscita o filho da viúva de Naim. As duas pinturas, antigamente atribuídas a Ludovico Carracci, foram restituídas ao pintor Fiasella graças aos estudos sobre a Coleção Giustiniani, onde é documentada sua realização sob encomenda do marquês Vincenzo Giustiniani https://emuseum.ringling.org/search/fiasella. Contextualmente, foi apresentado e exposto pela primeira vez o inédito “modelo” de um dos dois pendants, óleo sobre tela 75 x 57 cm, que hoje temos o prazer de propor. Comparando-o com a redação final, pode-se notar uma composição mais “cheia” de personagens, o apóstolo Pedro à esquerda e outras figuras atrás de Jesus, bem como diferente também nas arquiteturas ao fundo. Executado no final da estadia romana do Sarzana, impressiona o uso sábio da cor e da luz; luz que “ilumina” o olhar da viúva, um olhar extático e incrédulo fixo no Salvador. Pintor e mercador de arte Domenico Fiasella, conhecido como o Sarzana, por ter nascido em Sarzana em 1589, foi um dos principais expoentes do barroco lígure; entre Gênova e Sarzana produziu uma quantidade de obras de tema sacro e profano que se distinguem pela elevada qualidade; uma fusão de tradições diversas entre o naturalismo na atenta representação da figura humana, dos rostos e dos gestos, para tornar as cenas mais vívidas e reais (sob influência de Gentileschi) e o claro-escuro, técnica para enfatizar o contraste entre luzes e sombras para criar um forte impacto visual (sob influência de Caravaggio). A composição realizada por volta de 1615 é simples, mas poderosa, uma linguagem visual única, uma obra importante pelo valor histórico que pode enriquecer uma coleção de arte. Dimensões: tela 75 x 57 cm - moldura 93 x 81 cm